POR ALEX MARTINS
Quem quer ser livre?A resposta parece ser tão óbvia que a pergunta soa estúpida. Mas, ao contrário do que parece, não é.
Liberdade é o direito de escolha, é independência, é arcar com as consequências é andar com as próprias pernas.
Jesus disse: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."
Jesus não está falando de liberdade física, mas de liberdade espiritual e liberdade de consciência. Um exemplo disso é o apóstolo Paulo que mesmo em cadeias tinha consciência da liberdade em Cristo ainda que seus pés estivesses com grilhões.
A liberdade implica em decisões baseadas em seus próprios valores, independente da ação ou da aprovação de terceiros. Em Cristo temos o livre arbítrio, temos o poder de escolha e cada um responderá por si próprio.
Você acha que todos os evangélicos são livres? Então tire o pulpitocentrismo das igrejas, tire a palavra profética genérica, tire a mediação feita por pastores e líderes, tire os livros de presença em cultos, tire os efeitos de campanhas, tire o "resultados" da fidelidade em dízimos e ofertas, tire as bases institucionais, tire grupo de louvor com suas ministrações ou "mantras", tire a liturgia, tire os símbolos, tire os objetos sagrados; tire o templo. Depois, na nudez que sobrar, faça a pergunta novamente: "Quem quer ser livre?". A resposta já não será tão unânime.
Se tirarmos todos esses "complementos" e ainda sobrar alguma coisa que nos remeta a Cristo e nos faça sentir seu cuidado e presença, então vivemos o evangelho e não a religião. É a religião que depende de toda uma estrutura, de complementos, símbolos, imagens e liturgias.
Demétrio, um ourives que lucrava com a religião e seus devotos, entendeu o que muitos cristãos não entenderam até hoje. Demétrio entendeu que se a liberdade pregada pelo evangelho vingasse na história, os templos cairiam em descrédito, bem como a religião e toda sua parafernália. (Atos 19:24-27)
Se Demétrio estivesse vivo hoje não se preocuparia em ter sua profissão em perigo de descrédito.
A liberdade é um problema para muitos, pois nos abriga a pensar e isso é um trabalho árduo pra muita gente. Preferem ser massa de manobra, serem escravos em nome de Deus, presos pelo medo de "darem brecha", medo da nuvem da gafanhotos ou idas extras á farmácia caso não paguem em dia seus dízimos, medo de perderem o emprego ou não conseguirem alguma benção simplesmente pelo fato de não terem ido ao culto dominical. São escravos de Deus, mas Deus é aquele que liberta e não que escraviza. E se esse é o tipo de evangelho sendo pregado então é outro que não o de Cristo e, consequentemente, anátema.
Hoje, não lutamos contra Jesus. Apenas não aceitamos a Sua Cruz , pois, sem Cruz não há Graça; e sem Graça, não há Cruz! Portanto, nega-se a Jesus quando se pretende que Ele seja o simples invólucro de nossas “Teologias” que nada mais são que a negação de todos os conteúdos que Jesus ensina e pelos quais deu a Sua vida.É como urinar numa garrafa de Uísque Ballantine’s, colocar o rótulo, selar a garrafa e servir a todos, os quais bebem o “rótulo”, sem saberem que se alimentam de uma mentira, ou melhor, uma mera produção da excrescência humana: urina!Quem conseguiria estar fora dos limites culto, clero, domingo e templo e ainda assim se sentir totalmente aceito, amado, abençoado e acima de tudo aprovado por Deus? Somente os livres!
É isto que na maior parte das vezes o Cristianismo faz com o Evangelho da Graça: usa os seus símbolos, a linguagem, as declarações de piedade, o dialeto convencional do gueto cristão, e, enquanto isto, as pessoas embebedam-se da “urina teológica dos amigos de Jó”, crentes que de fato crêem na mensagem do Evangelho. - (Livro Sem Barganhas com Deus, Pag 259 - Caio Fábio)
Mas a maioria não quer ser livre, a maioria quer, e precisa de mediadores, de intercessores, infindáveis imposições de mãos, palavras proféticas para a semana e bençãos apostólicas semanais, visto tudo isso ser necessário num ambiente em que os efeitos da Cruz não são mais suficientes.
Cristão é aquele que vai igreja, canta no louvor, escuta a mensagem pulpitocentrica e até participa de alguns rituais, mas não faz disso uma muleta, não depende disso. Não vive a bibliolatria como um amuleto ou horóscopo já que o Verbo se fez carne e habitou EM nós.
Cristão não é aquele que crê no Jesus histórico, que nasceu duma virgem numa manjedoura e depois morreu injustamente crucificado. Isso a maioria da população de um pais cristão crê, no Jesus histórico.
O verdadeiro cristão crê no Jesus histórico da mesma forma que crê no resultado gerado pela cruz: Justificação e Liberdade!