Destaques

"...Enquanto ensinarmos que o mundo é um lugar a ser evitado, que as mazelas humanas são fruto da ausência de Deus, que Deus não ouve os pecadores, que só a igreja evangélica é que detém os "diretos autorais" da salvação, que ser forte e inabalável é sinônimo de fé e que ser pecador é ser inimigo de Deus então ainda não entendemos o plano da salvação e o evangelho de cristo rebaixado apenas á mais uma religião...."
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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Homossexualidade - ponto final.

O que eu sempre pensei da homossexualidade mas não sabia explicar com todo esse detalhe.
Vídeo muito bom.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Sobre a Homoafetividade lúcida e humilde

Uma conversa sobre a maneira que todo heterossexual deveria agir e também sobre o que todo homossexual deveria admitir.

Muito bom!



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Quem são os eunucos da vez?


Hermes C. Fernandes, no Cristianismo Subversivo
Nenhuma classe era tão menosprezada nos tempos bíblicos do que os eunucos. E a razão disso era muito simples: eles não podiam procriar. Fosse por razões orgânicas (costumavam ser castrados), ou por não sentirem-se atraídos pelo sexo oposto. Por conta disso, sofriam preconceito semelhante ao sofrido por mulheres estéreis. Na concepção judaica, a geração de filhos era a garantia da perpetuação da vida. A prole dava continuidade à saga da família. Na ausência destes, não haveria para quem deixar herança, que consistia não apenas em bens materiais, mas também no nome.
A Lei era dura com relação aos eunucos. Eles sequer podiam entrar na congregação do Senhor (Dt.23:1). Neste mesmo capítulo, a Lei também exclui da comunidade israelita os filhos bastardos e os estrangeiros.
Alguns pesquisadores propõem que esta exclusão pretendia apartar da assembleia da cidade os sacerdotes de deuses pagãos, dos quais muitos eram eunucos e bastardos (que por não terem direito a herança, eram entregues para o ofício sacerdotal). Enquanto Israel rejeitava completamente esses indivíduos, outras nações descobriram maneiras de aproveitá-los, envolvendo-os em atividades como o cuidado da rainha e do harém do rei.
A primeira vez que encontramos eunucos em Israel é durante o reinado de Acabe (2 Reis 9:32). Provavelmente cuidavam de Jezabel, mulher extremamente vaidosa e malévola que introduziu vários costumes pagãos em Israel. Vemos também que havia eunucos em Judá nos dias em que Jerusalém caiu nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia (Jer.29:2). É bem provável que tanto em Israel dos dias de Acabe, quanto em Judá dos dias de Jeremias, os eunucos fossem escravos estrangeiros adotados na corte real.
Quando o rei Ezequias recebeu os embaixadores da Babilônia, mostrando-lhes todos os seus tesouros, Isaías o advertiu dizendo que um dia eles voltariam e levariam seus descendentes para serem eunucos no palácio do rei da Babilônia (Is.39:6-7). Mas Ezequias não percebeu a gravidade e as implicações daquela profecia. Desde que houvesse paz durante seu reinado, tudo bem. Não importava o que o futuro reservasse aos seus descendentes. Ora, se estes fossem castrados, quem herdaria o trono de Judá?
Quando Ciro II, rei da Pérsia, em 537 a.C., invadiu a Babilônia, ele libertou o povo judeu, permitindo que retornassem a Jerusalém. Muitos dos que retornaram a cidade agora eram eunucos. Pela lei do Deuteronômio então seriam destituídos de sua cidadania e, com isso, da participação política e religiosa na cidade. Porém, em Isaías (livro escrito bem antes do cativeiro babilônio) há uma revisão desta regra. O mesmo profeta que anuncia a Ezequias o que aconteceria aos seus filhos ao serem levados cativos para a Babilônia, também diz: “O estrangeiro que por sua própria vontade se uniu ao Senhor, não deve dizer: Javé me excluirá de seu povo. Tampouco deve dizer o eunuco: Não sou mais que uma árvore seca. Porque assim disse o Senhor: Os eunucos que observem meus sábados, que escolhem o que me agrada e são fiéis ao meu pacto, concederei a eles ver gravado seu nome dentro do meu templo e de minha cidade; isso é melhor que ter filhos e filhas! Um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará” (Isaías 56:3-6). A partir de Isaías, então, se cria um mecanismo que torna mais flexíveis as leis do Deuteronômio, adaptando-as a uma nova realidade existente na vida social judaica.
Percebemos nitidamente que a graça está por trás desta “adaptação” à realidade. A Lei aponta para um mundo ideal, onde não haja homens incapazes de reproduzir. Porém, a graça lida com as demandas da realidade. A Lei acentua a distância entre o real e o ideal. A graça reverte este fluxo. Em vez de exclusão, inclusão. Em vez de distanciamento, aproximação.
Creio que, como igreja de Cristo, temos muito que aprender com este episódio. O mundo não é o que deveria ser. Há demandas atuais que exigem posicionamento. Devemos apegar-nos às exigências da Lei ou ceder à concessão da graça? Se marcarmos a opção um, então, nossos filhos terão que ser apedrejados em caso de flagrante rebeldia.
Nem mesmo no tempo de Jesus as pessoas sabiam lidar com a questão envolvendo os eunucos. Há conceitos que ainda hoje são difíceis de serem digeridos, principalmente pelos cristãos. Somos inflexíveis como a letra da Lei, esquecendo-nos de que a letra mata, e que somente o Espírito vivifica. Veja como Jesus lidou com o preconceito envolvendo os eunucos de sua época:
“Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” Mateus 19:11-12
Ora, se Jesus estivesse falando de algo simples, aceito pelo senso-comum, não teria dito: “Nem todos podem receber esta palavra…”
Jesus elenca três tipos de eunucos:
• “Eunucos criados pelo homem”. Castrados. Esterilizados intencionalmente. Prática fartamente disseminada na antiguidade. Geralmente castravam-se os filhos de escravos capturados na guerra, para que, ao crescerem pudessem servir nos haréns dos reis sem oferecer qualquer risco.
 • “Eunucos por causa do reino dos céus”. Não castrados. Que optaram pelo celibato para que pudessem servir a Deus no ministério sem distração com esposa e filhos. Paulo, João Batista e o próprio Jesus poderiam ser contados entre esses. Alguns chegaram a se castrar, como no caso de Orígenes, para se livrar da tentação sexual.
 • “Eunucos desde o ventre materno”. São os que nasceram desprovidos de atração sexual pelo sexo oposto ou são hermafroditas. Muitos, por conta da pressão social para que tenham vida sexual ativa, acabam desenvolvendo atração por pessoas do mesmo sexo. Tais indivíduos possuem libido, porém esta é direcionada para outras atividades além do sexo. Geralmente, atividades ligadas à estética, às artes, que requerem certo grau de sensibilidade. Embora eu os tenha deixado por último em minha exposição, Jesus os coloca encabeçando a lista dos eunucos.
Em outras palavras, uns são eunucos por imposição social, outros por razões psicológicas ou fisiológicas, e outros por decisão própria, geralmente motivados por idealismo.
O que faremos a esses indivíduos? Que rótulo lhes daremos? Qual será nossa sentença? Tomaremos Deuteronômio ou Isaías como base? E o que faremos com o que Jesus disse acerca deles? Será que estamos entre os que Jesus denunciou como não estando preparados para recebê-los?
Não foi à toa que Filipe foi o discípulo escolhido por Deus para introduzir o Evangelho ao eunuco etíope. Logo no início de sua caminhada cristã, ele testemunhou a maneira como Jesus lidava com os preconceitos humanos. O mesmo Natanael que comentara com Filipe que da região procedência de Jesus não poderia vir nada que prestasse, ouviu dos lábios do Mestre: Este sim é um verdadeiro israelita! Com este elogio, Jesus interrompeu o ciclo do preconceito. Em vez de rebater, Ele preferiu elogiar. Imagino a cara de Natanael diante de Filipe. O que este não podia supor era que aquela experiência o habilitaria para mais tarde ser tirado do meio das multidões em Samaria para pregar a um eunuco (que ainda por cima era negro!) no caminho de Gaza (At.8:27-39).
Filipe não perde tempo apontando as eventuais falhas morais do eunuco. Em vez disso, fala-lhe de Cristo, tomando como base um trecho do mesmo livro que diz que Deus receberia eunucos e lhes daria um nome eterno. Convencido da disposição divina em recebê-lo como filho, o eunuco diz: “Eis a água, o que me impede de ser batizado?” Se fosse hoje, influenciado por pregadores modernos, talvez Filipe dissesse: Bem, acho que você precisaria tomar um banho de loja primeiro. Trocar essas roupas espalhafatosas por um terno e gravata. Mudar esses trejeitos efeminados. Arrumar uma namorada para comprovar que foi curado. E depois de batizado, gravar um DVD de testemunho para a gente divulgar. Se um eunuco me fizesse a mesma pergunta hoje (o que me impede de ser batizado?), eu responderia: o preconceito. Daí, ele procuraria outro eunuco para evangelizar, conduzia-o a Cristo e abria uma igreja de eunucos.
É… Jesus tinha razão. Não estávamos preparados à época, e provavelmente, muito menos hoje. Chegamos a Gaza, mas nos recusamos a aproximar-nos da carruagem em movimento. Talvez por amá-los na mesma proporção de que amamos os bandidos… Dizemos amá-los, mas optamos por manter distância. E assim, preferimos a inflexibilidade da Lei ao Espírito da Graça. E é justamente a Lei que nos oferece a chave com a qual trancamos o armário no qual muitos se escondem (alguns dos quais exercem cargos eclesiásticos, usando o púlpito como armário). Somente um ambiente impregnado de graça oferecerá acolhimento e compaixão. Afinal, somos todos humanos, desesperadamente carentes desta graça capaz de fazer-nos renunciar às próprias paixões e concupiscências (Tt.2:11-12). Graça que, igualmente, nos capacita a vencer nossos preconceitos e medos.
Respondendo à pergunta proposta no título deste post. O eunuco da vez é todo aquele que desprezamos, do qual queremos distância. Pelo menos assim, não seremos obrigados a amá-los, já que esta obrigação só diz respeito ao próximo… só que não!

vi no Blog do Massa

domingo, 4 de novembro de 2012

Deus ama os gays, mas isso não é o bastante


A minha fé (ou as minhas crenças) jamais deverá servir de desculpa para incitar a violência contra quaisquer pessoas que assumam práticas sexuais diferentes das minhas. Pela visão de mundo que sempre busco ter, acompanho com frequência o noticiário e o debate sobre os crimes executados contra os homossexuais, consequentemente, sobre os direitos deles. O que vejo: tolos e fariseus discutindo de maneira leviana questões fundamentais para qualquer país que queira ser democraticamente livre.
No ano passado, o jornalista e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) escreveu uma carta para o Jornal do Brasil em resposta a um colunista que o acusara de “censurar cristãos”. Nas palavras de Leandro Fortes, repórter da revista CartaCapital , o texto do parlamentar era “uma pequena aula de civilidade e história”. Reproduzo aqui apenas um trecho, mas ressalvo que o documento completo merece ser lido:
[...] Sendo a defesa da Dignidade Humana um princípio soberano da Constituição Federal e norte de todo ordenamento jurídico brasileiro, ela deve ser tutelada pelo Estado e servir de limite à liberdade de expressão. Ou seja, o limite da liberdade de expressão de quem quer que seja é a dignidade da pessoa humana do outro. O que fanáticos e fundamentalistas religiosos mais têm feito nos últimos anos é violar a dignidade humana de homossexuais.
Quando li a carta, quis abraçar Jean Wyllys e pedir desculpas a ele pelos imbecis que dizem compartilhar da mesma fé que eu; queria ter pedido desculpas a Jean Wyllys e a todos aqueles que diariamente sofrem ou já foram vítimas de seres homofóbicos, muitos dos quais são agressores que se vestem de terno e gravata e demonstram ares de virilidade, típicos dos machos mais selvagens que a natureza ainda não conseguiu banir da Terra; queria ter pedido desculpas a todos os gays, lésbicas, travestis e tantas outras pessoas identificadas por nomes estigmatizados, utilizados para oprimi-los, violentá-los e tirar deles o direito à vida.
O deputado tem razão: fanáticos e fundamentalistas religiosos têm provocado a disseminação do ódio contra os homossexuais. Além disso, Jean Wyllys comentou que, no Brasil, 200 homossexuais são brutalmente assassinados por ano, segundo estatísticas divulgadas pelo Grupo Gay da Bahia e da Anistia Internacional. (Não apurei dados recentes). De tão comuns, esses crimes nem sempre estampam as capas dos jornais ou das agências de notícias, pois já integram a seção de “cotidiano”. A motivação da brutalidade contra eles: a identidade de gênero.
Numa lúcida entrevista à CartaCapital , também de 2011, o pastor Ricardo Gondim afirmou que é a favor da união civil entre os homossexuais. E mais: “Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade”.
Essa entrevista rendeu a Ricardo Gondim sua “demissão” como colunista de uma das revistas mais importantes do meio evangélico no Brasil, a Ultimato (nome sugestivo). E rendeu também uma série de acusações e violências verbais contra o téologo e escritor brasileiro. Porém, Gondim afirmou no site dele :
[...] Eu podia ser outra pessoa. Estou consciente de meus dons e talentos. Sei que poderia tornar-me famoso e disputado entre os maiorais do movimento evangélico. Mas, não sei explicar, preferi o caminho dos proscritos. E a minha história virou piada; fui arrastado ao charco. Dei uma entrevista à revista Carta Capital (eu daria novamente, sem tirar uma vírgula) e os eventos desandaram. Antigos companheiros passaram a me evitar como um leproso. Reconhecer que homossexuais têm direito era um pecado incontornável. Contudo, prefiro o ódio de fundamentalistas e homofóbicos à falta de paz; quero poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência de que defendi o que é justo.
Sempre que releio essa parte, eu me emociono. Porque sinto que é uma declaração honesta e sincera de alguém que reconhece a essência da expressão “fé cristã” e não se rende à estupidez religiosa, nem muito menos à hipocrisia de semideuses, encastelados em seus púlpitos ou gabinetes fedidos e sujos de excrescências diabólicas. Graças a Deus, e somente a Ele, existem cristãos que pensam diferentemente das declarações equivocadas de Silas Malafaia, por exemplo, e de todos os seus seguidores inocentes ou perversos; mal-informados ou estúpidos.
Aqueles que são incapazes de reconhecer as diferenças, os direitos, as dores e as angústias alheias jamais deveriam ser chamados de cristãos. Primeiramente, porque não o são; em segundo lugar, porque nunca o foram.
*Jornalista, sergipana, residente em Brasília

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Marcha para Jesus? Não, contra homossexuais

Marcha para Jesus
Imagem capturada durante a Marcha. Foto: Reprodução
No último sábado, diversas cidades do Brasil receberam o atual fenômeno nacional de explosão do mundo gospel: a Marcha para Jesus. Uma verdadeira estratégia de ocupação de espaço, usada para nada mais que esfregar na cara da nação o nível de articulação das atuais lideranças religiosas e o alcance da influência que elas exercem sobre aquele mar de gente que parece só conhecer a Bíblia e as músicas do André Valadão.
Diga-se de passagem, apesar da relativa preguicinha que eu tenho desses eventos, não sei se vejo um problema intrínseco no fato de milhões de cristãos se juntarem nas ruas para afirmarem a sua fé, porque isso é uma questão de liberdade de crença e de expressão. Do mesmo modo, também não vejo problema nenhum no enorme cortejo de Iemanjá que paralisa Salvador em todo 02 de fevereiro.
A questão é outra, bem mais problemática, e, por sorte, ainda não afeta os candomblecistas nem membros de algumas outras religiões. Trata-se da fantástica falta de noção dos evangélicos em achar que o mundo é deles, e que devemos todos ser conduzidos pela cartilha dos seus pastores. Na falta de igreja pra todo mundo, a estratégia é eleger governantes, para funcionarem como porta-vozes de Jesus nos poderes. Na marcha do Rio de Janeiro, por sinal, a mania ficou bastante clara. Com a presença do prefeito Eduardo Paes, a multidão ensandecida cantava o refrãozinho: “Governador, autoridades, é Jesus Cristo quem comanda essa cidade”. Estado Laico pra quê, não é mesmo?
Nisso tudo, o que irrita ainda mais é a constante saga travada pelas lideranças evangélicas contra os direitos dos homossexuais. Apesar do título “Marcha para Jesus”, que cria a aparência de que o evento foi a favor de alguma coisa, o que se viu foi apenas uma grande e lamentável marcha contra o bom senso, contra a liberdade, contra o amor, contra a igualdade, contra as pessoas.
Ainda no Rio, enquanto se falava que a marcha pretendia discutir os temas da família tradicional e da liberdade de expressão, ocorreu apenas a reprodução da velha ladainha homofóbica dos conservadores. Sobre família tradicional, o que foi dito é que homossexuais não formam família: “O que Deus uniu foi o homem e a mulher. (…) Não é preconceito, é uma convicção formada”, afirmou o pastor Abner Ferreira , da Assembleia de Deus.
Sobre liberdade de expressão, ouviu-se apenas dizer que as leis contra a homofobia são censura e ameaça à liberdade religiosa: “A marcha está fazendo um protesto contra a PL 122, a dita lei da homofobia, mas que, para nós, é uma lei do privilégio. É uma lei para botar mordaça na sociedade, para ninguém expressar opinião contra os homossexuais”, disse Silas Malafaia , distorcendo completamente o fundamento do projeto de lei (e por que será que eu não me espanto?).
Em Maringá, no Paraná, depois da polêmica do cartaz da parada da diversidade , ilustrado com a foto de uma Catedral, a Marcha para Jesus acabou acontecendo exatamente na véspera da parada. E ao contrário de Malafaia, que ainda tentou disfarçar o preconceito afirmando não ter “nada contra os homossexuais”, um dos organizadores da marcha evangélica na cidade foi enfático ao dizer – com estas palavras – que uma guerra está travada. Mas por quê? Ninguém me diz.
A única resposta que me vem à cabeça é esta mania de moralidade exacerbada que eles tiram não sei de onde. Se for isso mesmo, os pastores só precisam entender que podem ter quantos valores morais quiserem, contanto que se conformem com a ideia de que o Estado não tem nada a ver com isso. E se quiserem esbravejar seus tantos preceitos por aí, mesmo que sejam preceitos contrários aos direitos humanos, é sempre bom lembrar que liberdade de expressão envolve responsabilidade, inclusive legal, sobre o que se faz e o que se fala. E isso está garantido pela mesma Constituição que Malafaia vez ou outra se lembra de invocar em próprio favor.
Ainda sobre a liberdade, é bom dizer aos pastores que enquanto eles não querem mordaças nos seus púlpitos e altares, nós também estamos há séculos cansados de mordaças nos nossos beijos e no nosso sexo, nos nossos amores e no nosso afeto. Em função disso, é também cansativo o movimento de legitimação da homofobia que se perpetua em eventos como a Marcha para Jesus, que até poderiam ter algo de interessante. Mais ainda, chega a ser triste ver verdadeiras multidões de marionetes a repetir os discursos de preconceito das suas lideranças, dando glórias ao ridículo dessa violência que, por sinal, não é nada cristã.

Publicação original em:

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Descobri a cura para a “homofobia” na igreja






Acredito que fiz uma descoberta. Não que eu tenha “reinventado a roda”, mas descobri algo que ainda é pouco usual em nosso meio. Porém, uma das primeiras coisas que precisam ser esclarecidas é se a igreja, como instituição, tem interesse em cuidar dos homossexuais [lésbicas e afins] e o quanto está disposta em investir nisso. Por que investir? Muito simples. Qualquer atitude que precise ser executada exigirá um movimento proativo.

Proativo? Que não se baseia na reação a algo, mas toma iniciativa de ação; que age antecipadamente. Logo, enquanto a rispidez oriunda dos grupos homossexuais [não acredito que eles estejam dispostos a aceitar qualquer afetividade por meio de um grupo social que se denomine igreja, ou se estão, são dados como minoria] estiver infestando as mídias, algumas atitudes ficarão complicadas de acontecerem. Por isso precisaremos dar esse primeiro passo.

Mas como? Dando amor. Amando. Já cantou Cristina Mel:
Dê carinho, dê carinho a alguém
Dê carinho, muitos hão de precisar
Dê carinho, dê carinho a alguém
Dê carinho, mostre ao mundo que o sal da terra és.

Por sermos centralizadores, principalmente em nossas emoções, sentidos e expectativas a arrogância e individualidade tornam-se normais. Mediante isso, esquecer daqueles que são diferentes do que a igreja espera que seja a sua membresia, qualquer que seja a pessoa que vier para tentar compor esse corpo será tido como um vírus e os “anticorpos” farão a sua defesa excluindo a pessoa como se fosse um corpo estranho.

Se em vez de julgar, abraçarmos a realidade, algo diferente pode acontecer. Ame em todo o tempo e o tempo todo. Quer melhorar o mundo? Ame o seu inimigo. O próprio Cristo afirmou que deveríamos amar aqueles que nos odeiam, perseguem e são os nossos inimigos. Porque não amaríamos alguém só porque ele é diferente de mim e você? Chega desse sincretismo religioso, falsário que idolatra sistemas suspeitos de fé! Já que és igreja, ame o próximo “como se não houvesse amanhã”.

Nas palavras de Eugene Peterson: “Um dos maus hábitos que adquirimos logo cedo na vida é separar as coisas e as pessoas em seculares e sagradas. Imaginamos que o secular é tudo aquilo de que mais ou menos conseguimos dar conta: nosso trabalho, nosso tempo, nosso dinheiro, nossas opiniões, nosso divertimento, nosso governo, nossa casa e terreno, nossas relações sociais. O sagrado é aquilo de que Deus se encarrega: a adoração e a Bíblia, céu e inferno, igreja e orações. Então maquinamos um jeito de separar um lugar sagrado para Deus, intencionados que estamos, segundo o que afirmamos, a honrar a Deus, mas com o real objetivo de mantê-lo em seu lugar, para que nos permita a liberdade de termos a palavra final em tudo o que mais ocorra fora dos limites daquele espaço.” Isso não nos torna mais cristãos e sim separatistas.

Sabe o que é que esperam de você, cristão, imagem e discípulo de Cristo? Que no mínimo, ame ao próximo. Ore por ele. Cuide dele.

*A imagem retrata que durante uma passeata gay um grupo de cristãos foi com os cartazes e com dizeres mais ou menos assim: "Lamento a forma como as igrejas têm te tratado"; Sinto Muito"; "Sinto muito que os cristão tem julgado vocês". Então um gay desceu do palpo para abraçar a pessoa. daí a origem da foto. (Tradução livre)



Os Iconoclastas do Evangelho publicaram, eu gostei, copiei e colei:

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Silas Malafaia, Lana Holder e homossexualidade

Lanna Holder voltou ao noticiário, mais uma vez, para estarrecer os evangélicos que se regozijaram com o seu testemunho de libertação do lesbianismo na década de 90. Em 2002, ela já foi alvo de polêmica ao ter uma recaída – envolveu-se com uma mulher do grupo de louvor de uma igreja nos EUA, ambas eram casadas. Agora, quase dez anos depois, Lanna volta à cena “sem máscaras”, com uma iniciativa e um discurso que escandaliza quem a viu pregar: ela assumiu publicamente o seu relacionamento com a pastora Rosania Rocha – com quem havia se envolvido nos Estados Unidos -, abriu uma igreja em São Paulo, na qual afirma que homossexualidade não é pecado, e admite que o seu testemunho era enganoso até para ela mesma. “Quando me converti, aprendi que a homossexualidade era uma possessão demoníaca. Isso sempre foi uma luta pessoal, eu não entendia porque, mesmo selada pelo Espírito Santo e abençoada com o dom da Palavra, eu continuava sentindo desejos homossexuais”.

     Lanna desistiu de lutar contra os seus desejos e sentimentos e fundou uma igreja que ela chama de inclusiva, e não de “gays”. Trata-se da Comunidade Cidade de Refúgio, inaugurada em junho em um bairro central de São Paulo. Lá a pregação é bem diferente daquelas que Lanna fazia quando era membro da Assembleia de Deus. Ela fala de libertação para prostitutas, drogados, alcoólatras, mas não para os homossexuais: “Com uma prostituta, alcoólatra ou drogado, iremos acolhê-lo, mas vamos tentar ajudá-lo a mudar a sua conduta de vida. Com o homossexual, entendemos que não é uma opção, mas sim uma orientação, que, na maioria dos casos, é irreversível, principalmente se for de nascença. Se eu pudesse escolher, jamais seria lésbica”.

     Os defensores do Evangelho consideram essa posição uma heresia. Já para a ciência, ainda não há consenso sobre os fatores específicos que levam um indivíduo a tornar-se heterossexual, homossexual ou bissexual, incluindo possíveis efeitos biológicos, psicológicos ou sociais da orientação sexual dos pais. Ao lado da companheira, Lanna mostra firmeza ao defender a nova doutrina, alegando que está pregando o amor e que Deus não faz acepção de pessoas.

     Ao referir a inexperiência de muitos ministérios ao tratar de sexualidade, ela acrescenta que o homossexual se diz discriminado pelos evangélicos e que eles se tornaram resistentes à Palavra de Deus. “Eles pensam: ‘Se Deus não me aceita, se vou para o inferno, então vou ‘zuar’ de vez’. É aí que se lançam na promiscuidade, nas drogas e na prostituição”, explica. No meio das discussões acaloradas sobre a PL 122 e kit gay, Lanna virou alvo da mídia como caso inusitado. Muito bem articulada, ela cita versículos bíblicos de Gênesis a Apocalipse que apontam a homossexualidade como pecado e faz uma interpretação diferente, buscando referências nos textos originais, escritos em grego, nas quais as palavras teriam um sentido diferente dos descritoshoje. Com base nessa releitura, ela argumenta que não há na Bíblia condenação para a homossexualidade: “Existe um contexto em que não posso retirar um texto para fazer um pretexto”.

     “Homossexualidade na Bíblia é pecado, pode tentar, forçar, mas é pecado”

     Um dos maiores articuladores dos protestos contra a PL 122, o pastor Silas Malafaia falou à reportagem da revista Exibir Gospel a respeito da iniciativa de igrejas que se dizem evangélicas, mas defendem que a homossexualidade não é pecado. Em São Paulo, a novidade é a Igreja Comunidade de Refúgio, de Lanna Holder. No Rio de Janeiro, contudo, já existe a Igreja Contemporânea, que tem até filiais pelo Brasil. Tais instituições estão na contramão dos movimentos evangélicos, que pregam o que está escrito na Bíblia: que os homossexuais não herdarão o Reino dos Céus. “O apóstolo Paulo diz em I Co 6-9: ‘Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas’. Sodomitas, aqui, refere-se a homens que se envolvem em atos sexuais com outros homens ”, observou Malafaia, nos bastidores da Marcha para Jesus de São Paulo.

     A nova doutrina das igrejas voltadas para homossexuais também ignora o Evangelho que liberta e transforma o homem, conforme aponta o pastor, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Apesar de seu discurso, ele enfatiza que os evangélicos não são homofóbicos, apenas defendem a Palavra de Deus: “Como qualquer organização, a igreja tem regras. O homossexual é bem recebido, mas ele não será membro, porque está no pecado”. Ainda em I Co 6, no versículo 11 o pastor cita: ‘E é o que alguns de vós têm sido (referência aos impuros, idólatras, sodomitas); mas haveis sido lavados, santificados, justificados em nome do Senhor Jesus pelo Espírito do nosso Deus`. Então como é que a pessoa vem para a igreja e continua homossexual?”, questiona.

     Sobre os argumentos de Lanna Holder, Malafaia diz que ela está “teologicamente errada e confusa”, porque Jesus ama todos, mas não consente que se continue no pecado. “À mulher adúltera ele disse ‘Vem, mas, agora, não peque mais’. O texto áureo da Bíblia fala do amor (João 3-16), mas os versículos 17 e 18 dizem: ‘Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele’”, acrescenta.

     O pastor acrescenta que a Bíblia fala de salvação e de condenação, de amor, misericórdia, mas também de justiça e juízo: “Homossexualidade na Bíblia é pecado, pode tentar, forçar, mas é pecado”. A respeito da afirmação de que se nasce homossexual, Malafaia fala como psicólogo clínico, uma de suas formações: “Não existe ordem cromossômica homossexual. O cromossomo de um homem hetero é igual ao de um homem homossexual, assim como o cromossomo da mulher hetero é como o da mulher homossexual. Homossexualidade é preferência, aprendida ou imposta, é comportamental”. O pastor reconhece, porém, que é necessário que as igrejas tenham uma atenção especial com os homossexuais. “Tem que ajudar, amar e integrá-lo. Muita gente não entende isso. No entanto, se quer ser membro, tem de se submeter às regras. Há salvação para o homossexual, bandido e até para os que se acham politicamente correto. Mas se não aceitar a Cristo, não será transformado, não será perdoado e vai para o inferno. Isso vale para mim e para qualquer um”, conclui.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Homofóbicos contra heterofóbicos e meia-meia...


A  foto ilustrou de uma maneira precisa, esta briga insana entre "evangélicos" e gays, pois ambos os grupos radicais são idênticos no espírito contrário ao Evangelho...


Tem muita gente me escrevendo acerca das leis pró-gays e das que pretendem ser anti-gays. Pedem que me manifeste. Eu leio cansado. E escrevo desescrevendo. É coisa pra escrever no chão, na areia, conforme Jesus fez em João 8, no episodio da pobre adúltera, vitima dos santarados.

Mas vamos lá!

TODO SER FIXADO NUM ÚNICO TEMA, REVELA A PULSÃO QUE O HABITA, AINDA QUE O DISCURSO DE TAL PESSOA SEJA DE NEGAÇÃO. EM TAL CASO, ATRÁS [LITERALMENTE] HÁ UM TRAUMA!

O que eu penso SOBRE as tais leis — pró ou contra?

Ora, primeiro a questão é o que eu pergunto acerca delas.

E o que eu pergunto?

Vamos lá!

Alguém pode imaginar Jesus mobilizando o povo para uma campanha anti-gay ou pró-gay?

Alguém consegue ver Jesus estimulando os apóstolos a se tornarem militantes em favor ou contra qualquer das duas causas?

Alguém viu Jesus curando um gay sequer nos evangelhos, ou porventura [azar] não havia gays entre os que o viam ou seguiam nas estradas?

Alguém acha que o título que os pitbuls do templo e da religião deram a Ele [chamando-o acusativamente de amigo de pecadores] excluía Seu acolhimento a pecadores sexuais homens — fossem eles heterossexuais, homossexuais, ou simpatizantes, como era comum num mundo dominado pelos pervertidos romanos?

Alguém consegue ver Jesus agredindo um gay com palavras ou sugerindo leis que os coibissem?

Alguém já ouviu dizer que Jesus tenha sido áspero com gay ou pecadores?

Alguém viu Jesus ser duro e implacável com algum grupo nos evangelhos além do dos religiosos hipócritas?

Alguém crê de coração que Jesus caminharia à frente de marchas em favor ou contra qualquer coisa?

Alguém pode ver Jesus mandando discípulos ao Parlamento Judaico (Sinédrio) a fim de fazerem Lobby contra ou a favor de tais temas?

Alguém pode imaginar que ouvindo Jesus entre a multidão não houvesse gente envolvida em todo tipo de transgressão abominável conforme o livro do Levitico?

Alguém soube de qualquer fala Levitica de Jesus contra os pecadores?

Alguém também porventura ouviu Jesus dizer qualquer coisa além de arrependei-vos, convertei-vos e crede no Evangelho? Ou teria Ele dito algo acerca de algum grupo especifico além dos ricos e dos religiosos?

Alguém viu Jesus se ocupar de qualquer coisa que não fossem aquelas que matam a alma, como ódio, mentira, falsidade, hipocrisia, fanfarrice, manipulação da fé, riquezas idolatradas, soberba e juízos perversos?

Alguém pode imaginar que Jesus não conhecesse [como homem] tudo acerca de eunucos de nascimento (efeminados; não apenas com atrofia do membro sexual); dos que os homens haviam feito eunucos (castrando-os e impondo-lhes tanto o cuidados dos haréns como também o próprio uso sexual deles); e de homens que não haviam nascido com qualquer disfunção sexual e que também não tinham sido “vitimados” pelos caprichos dos poderosos ou tarados, mas que haviam abdicado do sexo em razão da dedicação total ao Evangelho e sua pregação do reino de Deus?

Alguém pode dizer por que se Ele sabia tanto do tema “eunucos” [com todas as implicações acima mencionadas], não o usou e nem o expandiu, senão com misericórdia dos dois primeiros grupos [os nascidos e os feitos pelos homens] e com um elogio à grandeza e dedicação do último eunuco — o que abdicou de sexo pelo reino?

Alguém que diz que crê que o Evangelho é Palavra de Deus e a completação histórica de tudo o que antes se dissera nas Escrituras Antigas [e que em Cristo Jesus ficaram obsoletas; posto que Jesus é a plenitude de todo desejo de Deus e de todo modo de Deus ser para os homens] — e, assim mesmo, conseguir tal pessoa esquecer que Jesus não deu atenção a nada disso e que, portanto, tentar absolutizar tais temas é um estelionato contra o modo e o espírito de Jesus segundo os evangelhos?

Assim, estou fora disso, tanto para defender como para atacar; pois, a Boa Nova não passa nem na porta dos temas dos pecadores-fariseus-perversos e nem na dos pecadores legalistas e judiciosos.

A esses e às suas brigas de defuntos, Jesus diria o que disse quando o tema era ainda muito mais importante: “Deixa aos mortos sepultarem os seus próprios mortos; quanto a ti, vai e prega o reino de Deus”.

Quem quiser fazer diferente que o faça (contra ou a favor), mas tenha a macheza [seja ela homofóbica ou heterofóbica] de pelo menos fazer isso em nome de suas idéias e morais, mas nunca em nome de Jesus; pois, é tomar o nome de Deus em vão; é ideologizar o Evangelho para uma causa que Jesus nem defendeu e nem atacou; e é trazer Jesus para a discussão do pinto e do anus, o que só é concebível em gente sem cetro e sem coroa no sentir, no pensar, no discernir, e na segurança pessoal..

É o que eu penso!

E aos que me pedem opinião ou posição acerca do que Jesus não opinou e nem se posicionou, eu digo: “Me incluam fora dessa!”.

Quem pensa diferente tente responder à mesma coisa usando Paulo, Pedro, João ou os Apóstolos. Qual deles iria para frente do Fórum dos Senadores Romanos protestarem contra o quê?

Ah! Eles só tratavam do que mexia na causa, não no efeito. E sabiam que seu poder não vinha de leis, mas do poder do Evangelho mediante o convencimento do Espírito Santo.

Os que fariam assim [conforme o proposto] seriam os tarados sacerdotes e teólogos da Idade das Trevas, ou da Inquisição, ou dos cultos fanáticos dos pentecostais americanos, ou dos batistas do sul dos States.

Mas e o que eles têm a ver com Jesus e com o Evangelho para além do uso estelionatário da “bandeira e da sigla”?

Seja honesto à luz do Evangelho e me conteste se puder. Mas faça-o aqui; e não num bloguinho qualquer por aí.

Do contrario, me poupe; pois estou ocupado com o que ocupava Jesus!


Nele, em Quem todo tema que não Lhe foi tema, é tema a não ser nem tematizado e nem temido,


Pr. Caio Fábio

14/08/07
Manaus
AM



   

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"O Bom Samaritano” ou “ O Bom Travesti"

Por Rubem Alves
E perguntaram a Jesus: "Quem é o meu próximo?" E ele lhes contou a seguinte parábola:


Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: "Vá passando a carteira". O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.

Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: "Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você." Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: "Ego te absolvo..." Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.

Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: "Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!" O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, "aleluia!" e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.

Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: "Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir." Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.

O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.

Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: "Quem foi o próximo do homem ferido?"


Rubem Alves

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Vídeo sobre KIT GAY

Galera vamos repassar esse vídeo.
Não sou contra os homossexuais mas não quero meu filho aprendendo a ser gay na escola ou achando que isso é normal.

domingo, 3 de julho de 2011

Quero ver protestar na parada gay!

POR ALEX MARTINS

Hoje quero deixar registrado aqui o que já respondi diversas vezes no facebook, no twitter, por email, etc...
Já dei essa resposta inúmeras vezes e se me perguntarem isso de novo apenas responderei com o link desse post, fica mais fácil.

Sempre após os protestos que participo, principalmente os na marcha para Jesus, algumas pessoas me mandam mensagem ou comentários no blog fazendo a mesma pergunta, de maneiras diferentes, com educação diferente mas com o conteúdo igual. Sintetizando essas perguntas e deixando de uma forma amigável e educada - originalmente não é assim -  seriam estas: 


Já que vocês são tão corajosos  porque não vão protestar contra a corrupção e contra a política no Brasil invés de protestar na marcha para Jesus?

e principalmente:

Já que vocês são tão corajosos  porque não vão protestar na marcha gay invés de protestar na marcha para Jesus?



Vamos lá.
Em primeiro lugar temos que diferenciar os campos politico, moral e religioso (cristão).

POLITICO
No campo político há muito que se protestar no Brasil: A carga tributária é uma das maiores do mundo e foi classificada pela ONU como uma extorsão  legalizada  praticada pelo governo, os impostos chegam a corroer 46% da renda dos brasileiros comuns e o impostometro chega ás alturas. 
Tudo isso, e muitas outras coisas, como injustiça, burrocracia, corrupção, impunidade, etc, são fatores para gerar protestos contra o governo.


MORAL
Moral é o conjunto de costumes que regem uma sociedade. Lei é quando esse costume se torna obrigatório, até para aqueles que não tinham determinados costumes, mas que agora deverão passar a ter.
A moral define o que é "certo e errado" dentro de uma determinada sociedade e é plenamente influenciada pela cultura. Por isso ela é diferente em cada região do país e muito mais de país para país. 
Existem países onde crianças de 12, 13 anos são entregues à adultos para se casarem, isso é imoral no Brasil, não faz parte do nosso costume.
Há países onde a prostituição e a maconha são liberados, mas isso também é imoral por aqui.
Ouvi um missionário dizer que os esquimós  são um povo muito hospitaleiro, tão hospitaleiro que oferece aos seus visitantes sua própria esposa para um noite de sexo de boas vindas. Segundo ele isso é normal por lá, e se você não aceitar estará fazendo desfeita da gentileza deles. Mas aqui, no Brasil, isso é totalmente imoral  (alguns solteiros estão refazendo agora seus planos de viagem de férias).

Sendo a moral um conjunto de costumes, independentes de religião, fica difícil fazer qualquer protesto já que a maioria da população está envolvida e aprova esses costumes, talvez a minoria que não os aprova poderia protestar.

RELIGIOSO 
O campo religioso é o mais fértil para protestos. Há muitas religiões numa sociedade e muito mais no mundo, cada uma com seus costumes, valores, práticas, ritos e sacralidades.
Na índia existem milhões de deuses, eles morrem de fome mas não matam uma vaca pra fazer um churrasco, tudo lá é sagrado. Só dentro do cristianismo existem diversos seguimentos: Espíritas, católicos, protestantes, etc. E nem mesmo dentro deste grupo os cristão se entendem, muito menos se forem debater com os hindus, judeus, muçulmanos, homens bombas xiitas, etc.  Já dizia Karl Max: "A religião é o ópio do povo". E dependendo do ponto de vista é mesmo. A religião é a base de todas as guerras, matanças e massacres em todos os tempos.
Fazer um protesto de cunho religioso contra outras religiões é inútil e ditatorial.
Os motivos são tantos que não teria nem "graça" devido aos diversos pontos de vista de cada religião.


Agora quando um sub-grupo religioso começa a distorcer os valores daquele grupo, fazendo coisas que não são de costumes geral, mas que leva o nome do grupo, então esse "braço" rebelde deve ser confrontado a que volte ao grupo ou que se desligue permanentemente e assuma um nome próprio.

É ISSO QUE TENTO FAZER

Confrontar aqueles que se dizem cristãos mas que não praticam o cristianismo puro e simples da bíblia gerando assim confusão e generalização do equivoco dentro do cristianismo. Luto para que eles se conscientizem e retornem ao cristianismo ou para que de desvinculem de vez e assumam o paganismo sem máscara cristã. Porque eu como cristão, não tenho os valores deles e não ajo da mesma forma que eles.

Vejam que eu não sou um protestante político, nem um protestante moral, nem um protestante religioso do ponto de vista mais subjetivo.

Não vejo como errado protestar nos campos políticos, morais ou religiosos, mas essa não é minha "praia" e deixo isso para aqueles que se acham movidos a isso.

Mas no dia em que, no campo político, os impostos abusivos, a burocracia, ou a corrupção forem feitos em nome do cristianismo com "base" bíblica então eu estarei lá em frente as prefeituras, aos palácios do governo com minhas faixas sobre o evangelho puro e simples. Mas enquanto isso não ocorrer deixo os protestos do campo político para os ativistas políticos.

E aqui respondo a pergunta principal:
No dia em que a marcha gay justificar a prostituição, o consumo de drogas e álcool, a promiscuidade e qualquer outro ato que se encontre em sua marcha, com versículos bíblicos e com prerrogativa cristã, lá também estarei eu em plena marcha gay levando minhas faixas e incentivando-os á voltarem ao evangelho puro e simples.

Apesar da parada gay ser pertencente ao campo moral, ela também invade o campo político e também o religioso talvez por isso as pessoas façam essa ponte e querem que nós façamos nosso protesto "religioso" lá. Mas se for parar para pensar é uma coisa totalmente diferente, o assunto é totalmente outro.

O que realmente acontece com aqueles que nos perguntam porque não vamos protestar na parada gay é que quem faz esse tipo de pergunta na verdade está dizendo: "Os verdadeiros inimigos são os gays e não os evangélicos. Se há alguém que tem que ser rebatido a luz do evangelho são os gays "promíscuos e impuros" e não os evangélico da marcha para Jesus"

Sei que o que vou dizer agora pode me acarretar em muitas críticas e posso perder alguns leitores e seguidores, mas meu site é o lugar onde posso dizer o que penso e por isso vou dizer:

A parada gay em sua essência é mais pura que a marcha para Jesus. Na parada gay não há máscaras ou sepulcros caiados, lá se mostra aquilo que realmente se é, sem vergonha, sem preconceito e sem nada a esconder. Tudo em nome daquilo que eles acham certo para sua vida. Quem vai lá vai em busca de direitos iguais, mas também vai buscar por sexo, droga, bebida e curtição, isso à vistas de todos.
Enquanto isso a marcha para Jesus é um evento mascarado, manipulado e com segundas e terceiras intenções. Em sua essência acha-se um sentimento de mostrar aquilo que se não é. A começar da liderança que diz que a marcha é para Jesus mas na verdade é para encher suas contas bancárias, influenciar a política e fortalecer suas igrejas como instituição.

Os participantes também são na maioria falsos dizendo que vão lá para marchar para Jesus, mas quando chegam lá buscam quase as mesmas coisas que as pessoas da parada gay buscam. Lá vi diversos casalzinhos de ficantes, azaração, curtição geral numa zoeira que lembra muito as micaretas nordestinas.
Ouvi uma vez um pastor que disse que após a marcha para Jesus ele ligou para os motéis da região da marcha se dizendo um jornalista e queria saber se o movimento no dia da marcha era maior ou menor que o o normal. O  impressionante é que os donos de motéis e drive-ins da região da marcha disseram que o movimento cresce muito principalmente após os últimos shows da noite. Os "irmãoszinhos" vão pra lá apagar o "fogo".

Isso posto, a marcha para Jesus é regada por hipocrisia e falsidade, coisa que não existe na parada gay.

Mas como a marcha para Jesus é em nome do evangelho então é por isso que vou lá protestar.
E como a parada gay não tem nada a ver o evangelho, na verdade eles são anti-evangelho e não querem ver um pastor lá nem pintado de ouro citando versículos bíblicos, eu não vou protestar lá, seria como jogar pérolas aos porcos, (não que homossexuais sejam porcos) eles não dariam valor.

Já na marcha para Jesus centenas de pessoas são despertas e confrontadas com a verdade do evangelho e pode surtir algum efeito positivo onde o coração for sincero e realmente sedento por Deus. Temos diversos emails e comentários que recebemos de pessoas que nos viram, leram nossos folhetos e se despertaram para a simplicidade do evangelho e isso nos dá ânimo a caminhar, apesar das críticas.

Espero que tenham entendido.

Se você conhece alguém que tem essas dúvidas, recomende esse artigo.



terça-feira, 7 de junho de 2011

Entrevista de Ricardo Gondim para jornal O POVO

OPOVO – O senhor causou polêmica ao defender publicamente a regulamentação de uniões homoafetivas no Brasil. O senhor mantém esse pensamento?

Ricardo Gondim – Não é uma questão de pensamento. É uma questão de lógica e eu repito o que disse. Em um estado laico, a lei não pode marginalizar ou distinguir homens ou mulheres que se declarem homoafetivos. Há que se entender que num estado laico não podemos confundir teologia, convicções pessoais, com o ordenamento de leis de um país. Não podemos impor preceitos religiosos para toda a sociedade civil. Se os preceitos são meus, você tem o direito de não adotá-los. Foi assim que me posicionei sobre essa questão do STF, que, a meu ver, agiu corretamente garantindo o direito de um segmento de nossa sociedade.
OP – Além do posicionamento a favor da regulamentação de uniões homoafetivas, há outros pontos polêmicos em declarações recentes suas. Uma das críticas que setores evangélicos fazem ao senhor diz respeito à sua opinião sobre a soberania Divina. Eles dizem que o senhor passou a pregar que Deus não é soberano.

Ricardo – O que acontece é que eu descarto a teologia que se difundiu sobre a soberania de Deus. Por essa teologia, Deus tem o controle absoluto de todas as coisas. E as pessoas não estão dispostas a entender que o corolário desse pensamento, o que dele decorre, é que até o orgasmo, o gozo do pedófilo, ou os horrores de Auschwitz (um dos mais conhecidos campos de concentração nazista) estão na conta de Deus, sob a alegativa de que Ele é soberano. Se as pessoas estão dispostas a entender assim, esse Deus é um monstro, não um Deus de amor. A minha leitura da Bíblia é a partir de Jesus Cristo, que é um Deus de amor, e não de Deus títere, que é responsável por chacinas, atrocidades, limpezas étnicas. A história segue não porque Deus a controla, a história segue porque somos personagens livres e nos comportamos com desobediência à vontade de Deus. É por isso que existem a miséria, os crimes, a exclusão. Porque Sua vontade é contrariada. As pessoas não estão dispostas a lidar com esses conceitos, preferem se amparar na Soberania, que nos rouba a nossa responsabilidade na história.

OP – Recentemente, o senhor publicou no seu site o artigo Deus nos livre de um Brasil evangélico (leia aqui), onde demonstra o seu temor que o segmento chamado Movimento Evangélico chegue ao poder no Brasil e aponta uma série de razões para isso. Como esse artigo foi recebido?

Ricardo – Foi muito mal recebido. Porque há, sim, um segmento no Brasil, que se auto-denomina Movimento Evangélico, que difunde a ideia de que se os evangélicos se multiplicarem no País, se houver um número suficiente para dominar a política, as leis, se chegarem ao poder, o Brasil será um País melhor. Isso é um ledo engano. O Brasil não se tornará melhor com o crescimento do Movimento Evangélico. Porque esse crescimento não significa por si só o crescimento dos valores do Reino de Deus, que são a justiça, a inclusão que dos que estão à margem, o amor. Esses valores não são prioridade para o Movimento Evangélico. Até porque, o número crescente de evangélicos também estará absorvendo outros valores como a cobiça, a injustiça social, o desejo de crescimento financeiro e de poder. Esta última tentativa de interferência no ordenamento do STF é um exemplo desse projeto de poder.

OP – O senhor se refere à votação da regulamentação das uniões homoafetivas?

Ricardo – Sim. Eles ficaram numa campanha interna, enviando mensagens pressionando os ministros para que votassem contrários à união homoafetiva. E ficavam conclamando seus fieis para fazer o mesmo. Isso em um estado laico é um absurdo. A mesma coisa está acontecendo agora no Congresso Nacional.

OP – O senhor fala da atuação da bancada evangélica na suspensão, por parte do Governo Federal, da distribuição do kit anti-homofobia nas escolas?

Ricardo – Exatamente. Falo de uma das maiores aberrações éticas que já surgiu neste País nos últimos tempos. Em nome de blindar um ministro que está suspeito de enriquecimento ilícito, que está tendo que explicar o aumento meteórico de seu patrimônio, negociou-se a questão do kit anti-homofobia. Isso mostra do que esta bancada, que se diz evangélica, que diz representar os evangélicos, está disposta a negociar. Em nome desse projeto de poder que eu falei anteriormente, negociou-se um projeto de grande valor para esse País. Isso é lamentável, completamente lamentável.

OP – O senhor encontra ressonância para esse tipo de discurso na comunidade evangélica ou sua fala – assim como o pensamento por ela representado – é dissonante?

Ricardo – Não é dissonante, de maneira nenhuma. Existe um grande grupo que concorda com esse pensamento e que caminha nessa linha. Embora eu esteja em baixo de grande percepção por conta de grupos intolerantes e fundamentalistas, tenho me surpreendido com o número de evangélicos que me dizem para continuar.


OP – O senhor se arrepende de ter se manifestado publicamente sobre essas questões?

Ricardo – Não. Absolutamente. Eu continuo repetindo o que disse. As minhas convicções não são intempestivas, são frutos de amadurecimento teológico. O estado é laico, e é importante que se mantenha assim. Num estado laico todos os grupos são protegidos, até os religiosos.



Vi no Jornal Boas Novas

quarta-feira, 1 de junho de 2011

PL 122 - Texto completo

Antes de saírem defendendo ou atacando  as cegas leiam o texto completo e depois tomem algum partido.Como já disse no facebook sou contra apenas alguns trechos da lei, os trechos que criam uma super raça inquestionável.Nem todos os cristãos são contra, graças a Deus não sou o único louco que vai contra a maré evangélica alguns também são contra a essa parte abusiva da lei.Se quiser escutar o que disse o Zé Bruno (pastor da igreja casa da rocha) sobre o assunto clique aqui. Fora ele também tem o "herege da vez" Ricardo Gondim, Caio Fábio, Jung Mo Sung, entre muitos outros.
Leia, estude, conheça e tome SUA própria decisão, independente de qual ela seja.
Plc 122