Sim, por incrível que pareça, eu estava lá!
Em média 3 milhões e meio de pessoas saíram de suas casas e foram marchar seguindo o mandamento do versículo..... do versículo.... do versículo...(perai ainda não achei nenhum mandamento de Cristo ou dos apóstolos nos incentivando a marchar) . .. do versículoooo..... Bom, deixa pra lá!
O importante é que eu estava lá mas não entre os 3.500.000 de irmãos profetas, mas junto com cerca de outros ínfimos 17 cristãos – não vou usar a palavra “protestando”, mas conscientizando (ou pelo menos tentando) as pessoas a pensarem sobre o real propósito da marcha e sobre como anda a saúde do evangelho no Brasil.
O propósito da marcha e nosso propósito vou deixar para o próximo post, NÃO sou contra a marcha em sua essência, mas, por enquanto só quero compartilhar algumas coisas que aconteceram nesse dia:
Chegamos ao metrô Tiradentes cerca de 9h num total contraste á multidão que usava camisetas amarelas da marcha ou com frases que pareciam tiradas de algum livro do Paulo Coelho, enquanto nós usávamos camisetas pretas com a frase:
“Marcha pela ética evangélica brasileira O $how tem que parar” e algumas faixas com os dizeres:
“Voltemos ao evangelho puro e simples O $how tem que parar”
Outras com o versículo: ”POR AVAREZA, FARÃO DE VÓ$ NEGÓCIO$ COM PALAVRA$ FINGIDA$” (2º Pedro 2:03)
Como vocês devem imaginar não fomos bem recebidos, afinal de contas a multidão era enorme e nós estávamos apenas em cerca de 18 pessoas uma proporção de 1:195000 ou seja, pra cada 1 de nós tinham 195.000 do outro lado.
Mas o que vocês não devem imaginar é o que alguns “soldados” de Jesus fizeram conosco.
Muitos foram simpáticos, e entenda por simpáticos aqueles que apenas nos vaiaram. Mas teve muito mais.
Eu particularmente fui empurrado pelas mãos ungidas dos irmãos, fui pisado pelos pés apostólicos, ameaçado pelos mais-que-vencedores, xingado pelos santos lábios, a propósito: se praga de crente pegasse ou não teria retornado vivo pra casa. Nunca expulsaram tanto demônio de mim, me ”amarraram”umas 1500 vezes com a frase “ tá amarrado”, me “queimaram”, “profetizaram” até a minha 4ª geração, nunca em minha vida tantas mãos foram estendidas pra mim e lábios balbuciaram alguma coisa parecida com “queima ele Jesus”, fui chamado de idiota, retardado, imbecíl, Judas, e umas 2000 vezes de fariseu (não sei porque eles gostam tanto dessa palavra), teve também um desses caras bombados de academia que, querendo nos ameaçar, disse com um tom muito ameaçador que era policial e iria nos prender. Isso foi só a minha experiência, o pessoal do grupo teve outras, por exemplo, um dos nossos recebeu a seguinte ameaça: “Se vocês continuarem com isso vão acabar tomando um tiro na cara”. Quero crer que ele estava se referindo a um tiro da B66 (bíblia), mas na pior hipótese pelo menos o revólver deve ser apostólico.
Uma senhora foi tirar satisfação e um de nós disse a ela: “Espera ai minha irmã...” logo ela o interrompeu e disse: “Irmã não!! Eu sou PASTORA” – Querendo engrandecer-se pra cima do humilde irmão. Para o azar dela, ela escolheu justo o irmão que disse: “Espere minha irmã, eu igualmente sou pastor a 12 anos, também sou filósofo e tenho mestrado em teologia” rsrsrs a irmã foi murchando feito uma bexiga furada.
Fomos entrevistados por jornalistas de sites, rádios e Tvs.
Bom mas nem tudo foi trevas, em meio ao povo que deveria andar na luz. Algumas pessoas, querendo saber um pouco mais, vinham nos perguntar o que significava aquilo (me lembrei da passagem bíblica do Etíope) outros nos parabenizaram, muitos concordaram com os dizeres das faixas e entenderam a mensagem, alguns davam sinal de que mudariam de lado (não era esse nosso intuito) mas se mudassem então não seriam mais aceitos por suas igrejas, afinal teriam se tornado rebeldes e se levantado contra os “Ungidos do Senhor”.
Digo que foi um trabalho muito difícil, mas, igualmente gratificante.
Meu pastor, meus amigos e até minha família estavam do “outro lado”- se é que podemos chamar assim. Meus amigos ficaram constrangidos, alguém da minha família disse que era uma idiotice o que eu estava fazendo. Mas apesar de tudo foi uma experiência ótima ser como todo cristão deveria ser: Protestante!
As vezes me sinto solitário por não conhecer pessoas sem cabrestos pessoais ou sem os cabrestos da religião pra conversar.
Por fim agradeço aos amigos e irmãos que conheci hoje são prova que ainda há vida pensante na igreja, agradeço a minha linda esposa que foi a única que me encorajou a ir, e , acima de tudo a Deus por me abrir os olhos e a Jesus por já ter feito tudo que era necessário ser feito.
Nos próximos dias vou publicando mais detalhes, fotos e vídeos.
Até a próxima marcha pra Gezuiz..
“Pregue o evangelho puro e quando necessário, use palavras”
Santo Agostinho
Fiquem na Paz e não se esqueçam:
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES
Sola Gratia