POR ALEX MARTINS
10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.
11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;
12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.
Nessa história Jesus ensina o caminho para justificação, ele mostra a diferença na intenção do publicano, uma pessoas comum e que vive fora dos padrões morais da sociedade,e do fariseu, um religioso que se acha certinho. Também vemos valores morais, costumes sociais, atos religiosos e a lei, todas sucumbindo desvalorizadas diante da graça de Deus.
Deus justifica um publicano, que naturalmente possui uma reputação duvidosa, alguém que no curriculum não tem grandes feitos, não tem seu nome numa lista de membros numa igreja, não participa de uma consagração coletiva num domingo de manhã, sua freqüência nos cultos está baixa e seu conhecimento bíblico é raso.
Por outro lado, Deus despreza aquele que confia si próprio, mesmo que ele seja alguém moralmente correto e nunca tenha roubado uma caneta sequer. Deus não está preocupado com sua justiça. Ele não leva em consideração as horas de jejum, a fidelidade no dízimo ou a fidelidade conjugal, isso porque o Deus que se vende não é o Deus Pai de Jesus Cristo, mas é o deus da religião que pode (e precisa) ser subornado com bons feitos e sacrifícios pra nos abençoar ou, no mínimo, não nos amaldiçoar.
A bíblia diz que nossas boas ações e nossa justiça são comparadas a um trapo de imundicia. Trapo de imundicia era o pedaço de pano usado pelas mulheres no período menstrual, era o absorvente da época. E é a essa sujeira toda que Deus compara nossos atos mais nobres.
O fariseu se acha melhor do que outros, acha que espiritualmente está a um nível acima, se considera puro principalmente se comparado a prostitutas e homossexuais, ele se gaba pela sua fidelidade nos cultos e já se acha merecedor da salvação. Mas Deus lhe adverte com amor: Cuidado seu fim pode ser surpreendente.
O pior de tudo que a igreja é especialista em produzir gente desse tipo.
A igreja até aceita alguém fraco, derrotado e pecador inicialmente desde que ele aceite a Jesus e no domingo seguinte volte transformado e regenerado, afinal ele é agora "nova criatura".
Quer ser levando em consideração na igreja? quer ser respeitado? quer servir de espelho e ter uma boa influencia? Então decore a oração do fariseu. Mostre ao errante neófito que se ele perseverar e jejuar muito, um dia ele poderá ser igual a você.
Esconda seus medos, suas frustrações, em hipótese alguma revele seus pecados recorrentes, os pastores não gostam de gente que toda semana diz que caiu em pecado. O sonho de "todo" líder é que seus seguidores entrem na igreja com a oração do publicano mas volte na semana seguinte fazendo eternamente a oração do fariseu. É terminantemente proibido levantar as mãos e aceitar a Jesus reconhecendo seus pecados toda semana isso só é permitido uma vez.
Somos especialistas em produzir gente "forte" que não se dobra ante as dificuldades da vida, alguém que não cambaleia na fé, que faça chuva ou sol esteja em todos os cultos, que mesmo passando por dificuldade financeiras seja fiel no dízimo, que mesmo com alguém doente em casa diga que está tudo bem, que nunca se considere cauda, que, diferentemente do publicano, nunca abaixe a cabeça e publique suas fraquezas.
Ensinamos a conquistar, a tomar posse, a ganhar terreno. Tentamos encobrir a fragilidade humana com pensamentos positivos e a fé na fé. Porém não ensinamos a viver imerso na vida com suas demandas positivas e negativas, não ensinamos que não precisamos ser perfeitos, que a perfeição de Cristo é suficiente, não ensinamos que a benção de Deus é realmente isso BENÇÃO e não RECOMPENSA, não ensinamos que o lugar sagrado (templo, igreja), o dia sagrado (domingo) e as pessoas sagradas (pastor, apóstolo...) são objetos da religião, não ensinamos que os objetos e costumes Judeus são apenas dos Judeus e não devem ser empurrados goela abaixo dos cristãos, não ensinamos que mesmo os incrédulos e ateus são de Deus porque Ele é tudo em todos, não ensinamos que não precisamos da unção de Davi, da de Elias, Eliseu, Moisés, Abraão, Jacó, etc, porque em Cristo convergiu toda unção e poder, não ensinamos que Deus não vai nos punir com idas extras a farmácia porque não dizimamos, não ensinamos o amor incondicional de Deus, não ensinamos que Jesus veio pra salvar e não para condenar, pra isso já existia a lei, não ensinamos que Jesus disse que aquele que vier a ele de maneira NENHUMA ele lançara fora, mesmo que seja uma pessoa fora dos padrões morais da sociedade: um ladrão, um adúltero ou um homossexual, não ensinamos a verdadeira Graça porque ela é inconveniente e imoral.
Ensinamos o farisaísmo achando que estamos ensinando o Evangelho.
Quer testar se isso acontece na sua igreja? Então comece analisando se antes da oferta alguém vai testemunhar que comprou ganhou de Deus um carro, ou um emprego novo, prometendo doar um mês de salário à igreja, ou se gabando por não ter quebrado a campanha dos 21 dias de vitória e por viver uma vida fiel.
Analise também como são tratados e que participação tem nos trabalhos da igreja pessoas com pecados recorrentes como inveterados viciados em cigarro, casais não casados, adolescentes grávidas, mães solteiras, homossexuais, etc Só o fato de esses tipos de pessoas existirem na sua igreja já seria um milagre, mas que importância e que participações lhes são oferecidas na igreja? Com certeza nenhuma, porque são considerados pecadores em meio a um bando de "santinhos imaculados", eles difamariam o santo templo.
Lembro-me de uma vez, meses antes de casar, quando minha esposa estava grávida, eu já tinha sido arrancado de todos meus trabalhos na igreja, estava, como dizem os evangélicos: de banco. Vi que a frente da igreja estava muito suja com folhas secas de árvores por todos os lados, então peguei a vassoura e comecei a varrer, quando uma diaconisa muito "gentil" arrancou a vassoura da minha mão e disse com "sangue no zóio" que eu não podia fazer nada na igreja porque estava em pecado. Abaixei a cabeça triste e culpado e fui-me embora, ainda não tinha a consciência que tenho hoje.
Já fui exortado por colocar uma pessoa que lutava contra o homossexualismo como meu ajudante nos trabalhos com os jovens. Ele acabou indo embora, abandonando a igreja e se juntando com seu parceiro.
A mudança nas pessoas tem que ser natural de dentro para fora e não imposta de fora para dentro.
Enquanto ensinarmos que o mundo é um lugar a ser evitado, que as mazelas humanas são fruto da ausência de Deus, que Deus não ouve os pecadores, que só a igreja evangélica é que detém os "diretos autorais" da salvação, que ser forte e inabalável é sinônimo de fé e que ser pecador é ser inimigo de Deus então ainda não entendemos o plano da salvação e o evangelho de cristo rebaixado apenas á mais uma religião
O melhor apelido de Jesus é: Amigo de publicanos pecadores